A DOR NA COLUNA vertebral é um incômodo que muitas vezes impossibilita o indivíduo de realizar suas atividades cotidianas de forma plena. Muitos pacientes relatam dores “insuportáveis”, seja na região cervical (pescoço), torácica (meio das costas), ou na lombar (parte de baixo). Desta forma, a terapia manual e exercícios específicos são o tratamento mais indicado pelas evidencias científicas atuais, por fim, essas condutas são as que seguramente podem aliviar essas dores. Portanto, hoje vamos entender melhor os mecanismos, fisiologia e a biomecânica da COLUNA.
Os problemas no tratamento
Por quantas vezes você (fisioterapeuta), não conseguiu atingir os resultados que gostaria na reabilitação de um paciente? Por quantas vezes tentamos de tudo, mas parece que o paciente não responde aos estímulos desejados? Esse tipo de situação nos frustra enquanto profissionais. Além disso, esta é uma sensação horrível, pois nos faz sentir insuficientes no nosso próprio ofício.
Porém, saiba que este tipo de situação é muito comum quando tratamos de pacientes com abordagens desatualizadas em relação a DOR CRÔNICA, esses conhecimentos já foram ressignificados graças a ciência moderna e demonstraram novas condutas para abordagens com a DOR.
A DOR CRÔNICA, deve ser abordada com uma visão de tratamento neurofisiológico (Cérebro, inervações e suas conexões) e não apenas de disfunção local, na grande maioria das vezes essa são as dores que não melhoram com medicamentos e a evolução acontece devagar, nestes casos o tratamento indicado é fisioterapia.
A fisiologia da coluna vertebral
É esperado encontrarmos curvaturas na coluna, lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e a curvatura sacral em cada pessoa. Além disto, a coluna apresenta um sistema de amortecimento, conferido pelos disco existente entre as vertebras (discos intervertebrais).
Quando o paciente tem uma vida sedentária, ele tem tendência a desenvolver patologias na região da coluna. Somado a estes fatores, podemos colocar a herança genética, o estresse e o processo natural de envelhecimento como outras causas desse problema.
Quando envelhecemos, naturalmente o disco perde água, as articulações perdem seu espaço natural, as cartilagens se desgastam, os ossos tentam fisiologicamente se estabilizar produzindo “alongamento” ósseo OSTEÓFITOS (Bicos de Papagaio) que podem ocorrer em qualquer articulação, mas muito conhecidos na coluna. Logo, isto se soma ao fato de que quem não pratica atividade física, perde força muscular, massa magra e conquista gordura corporal.
Algumas das crises de DOR NA COLUNA são tratadas de forma medicamentosa, sem a observação clínica do fisioterapeuta, mas este é um péssimo hábito de automedicar-se. Normalmente, quando o paciente chega ao consultório para iniciar o tratamento, já existe algum comprometimento neurofisiológico associado a disfunções.
A biomecânica do sistema nervoso e a biomecânica articular
A diferença entre a biomecânica do sistema nervoso e a biomecânica articular e/ou muscular é que o sistema nervoso além de se adaptar à complexidade de movimentos que podemos fazer, ele ainda carrega impulsos nervosos. Observe que além de ser responsável pela transmissão correta das informações, o sistema nervoso se adapta mecanicamente, alongando-se ou retraindo-se bem.
Sendo assim, você necessita considerar, a partir deste momento, que o papel do sistema nervoso é de conduzir os impulsos nervosos ao longo de um sistema complexo de movimento. Neste sistema complexo, o sistema nervoso terá que se adaptar em termos mecânicos para proteger o sistema inteiro frente à compressão e tração. Dessa maneira, a este processo damos o nome de neurodinâmica.
As lesões no sistema nervoso
A parte suscetível à lesão no sistema nervoso, são as raízes nervosas (onde os nervos se iniciam na coluna vertebra – forame intervertebral). Quando ocorre danos maiores nas raízes nervosas, invariavelmente são oriundos de estruturas vizinhas, tais como discos e articulações apofisárias (entre as vertebras). Entretanto, mesmo quando se aplica uma grande força de tração nos troncos nervosos e plexos, as raízes nervosas não se separam da medula por nada, porém causam as dores nevrálgicas (dor no nervo) muito forte.
Alternativas de tratamento
Atualmente é evidente que o tratamento conservador (neste caso fisioterapia) é a conduta a ser eleita como primeiro passo nas questões de DOR CRÔNICA.
Já pode ser considerado consenso entre profissionais de saúde atualizados, que tratamentos baseados em TERAPIA MANUAL, EDUCAÇÃO EM DOR e EXERCÍCIOS devem ser a conduta escolhida para tratar pacientes que apresentam casos de DOR CRÔNICA persistente.
A Terapia Manual é a técnica que o fisioterapeuta usa de suas mãos para tratar as estruturas com disfunção na “normalidade”, articulações com hipomobilidade, músculos com espasmos ou pontos gatilhos (Trigger Points) e questões neurológicas onde a mobilização neural trata as disfunções da biomecânica do tecido nervoso.
A Educação em Dor, é uma parte do tratamento em que o profissional demonstra como é o mecanismo de DOR e como ele atua, para com isso, fazer o cérebro do paciente “jogar a favor do tratamento” evitando potencializar “CRENÇAS IRRACIONAIS” que atua no sistema neural de maneira a aumentar a DOR mesmo não havendo justificativa na lesão.
Os Exercícios devem ser fator primordial no tratamento desse tipo de DOR, o profissional deve prescrever os exercícios de maneira individualizada para cada paciente, as necessidades são particulares e muitas vezes são com aumento da exposição gradativa (um pouco de cada vez em tipo e carga). Essa ferramenta além de atuar no sistema nervoso, muscular e articular, atua de maneira categórica em demonstrar ao paciente que é capaz de vencer a DOR em movimentos que ele considerava que nunca mais conseguiria realizar.